Zika destruiu tumor cerebral e estudo diz que o vírus pode ser útil no combate ao câncer
Ao mesmo tempo em que o vírus zika pode provocar anomalias em crianças, ele também pode eliminar um tumor cerebral. O glioblastoma é um câncer gerado por um tumor cerebral em que os pacientes vivem em média um ano após seu diagnóstico. O tratamento é pesado e envolve radioterapia e quimioterapia. Mesmo com tratamento, os relatos são de que o tumor volta a aparecer cerca de seis meses depois.
Ao perceber a ação do zika no cérebro de crianças, cientistas surgiram com uma teoria de que o zika poderia ser usado para matar células-tronco de tumores cerebrais. Como adultos não são atingidos pelo vírus da mesma forma que as crianças, a ação funcionaria como uma espécie de terapia-alvo, direcionando o zika para o tumor cerebral.
Os pesquisadores testaram a hipótese através de um experimento. Dividiram cobaias com glioblastoma em dois grupos: 18 camundongos foram infectados com o vírus zika e outros 15 receberam uma solução salina sem vírus ativo. As cobaias com o vírus tiveram as injeções aplicadas diretamente no tumor. Os cientistas observaram que o tumor diminuiu significativamente após a aplicação das injeções, além de prolongar a vida dos camundongos.
Os pesquisadores agora planejam testes pré-clínicos para verificar como seria a reação à infecção controlada do zika em terapias.
Células-tronco do câncer cerebral (à esquerda) são mortas pela infecção do vírus Zika. A imagem à direita mostra células após o tratamento com Zika. (Foto: Zhe Zhu)